31 de mai. de 2004

A natureza de Deus. Ou o deus da Natureza?

Hoje, acho que percebi porque deixei de lado o cristianismo. Porque, apesar de me manter essencialmente monoteísta, não consigo visualizar Deus da mesma forma que a maioria das religiões reveladas.

Deus, para mim, manifesta-se da forma mais clara e absurdamente absoluta na Natureza (e já assim o via Fernando Pessoa/Alberto Caeiro). Então, não há nada mais lógico do que celebrar a nossa união com o Divino, com o Universal, com a Essência de Tudo senão seguindo o ritmo dessa Natureza, comemorando as mudanças que ela torna visiveis.

E o que nós fazemos? Atrelamos nossa espiritualidade, nossa religiosidade ao ciclo de vida de homens. Ontem - ou hoje, nem sei, por exemplo, a Igreja Católica comemorou a Visita de Maria, mãe de Jesus, a sua prima Isabel. O que isso, um fato prosaico acontecido há mais de dois mil anos, tem a ver comigo?

Não é muito mais interessante comemorar as mudanças de estação? Que aconteciam há dois mil, e ainda acontecem. E vão estar acontecendo em dois mil anos, se o mundo não acabar antes...

Abraços!