4 de out. de 2006

And then, there was only me.

An uselless heart, left alone in the dirty of an empty street.

In a world where love is a simple word, there is no place for those who feel the pain of being lonely.

28 de set. de 2006

"É tarde!"


O coelho branco olhou o relógio.

- Oh, meu Deus! É tarde!

Correu em disparada, com medo de não conseguir chegar a tempo. Para seu desespero, a garotinha loira acabara de se levantar, com a gata Diná no colo. Estava na hora de jantar, e sua babá chamava.

Só restou ao coelho branco guardar o relógio no bolso do colete. Sentado na raiz da árvore, olhou para o buraco por onde Alice deveria ter passado e suspirou.

Foi por tão pouco.

7 de set. de 2006

Borboleta

Hoje, finalmente arrumei a casa. Pela primeira vez depois que você se foi, fiz a faxina que prometi a mim mesma.

Minha vontade foi rasgar os livros que lemos. Quebrar ao meio os cd´s com as músicas que embalaram nossas noites de amor. Amassar as contas velhas, pagas em conjunto.

Quis destruir o passado como se assim pudesse exorcizar a sua presença.

Mas preferi não.

Ao contrário, guardei tudo. Arrumei os livros na ordem que decidimos juntos. Organizei os cd’s por ordem de preferência das músicas. Até as contas velhas eu arquivei com todo o cuidado...

No fim, peguei uma folha em branco.

Nela, escrevi todo o amor, toda a raiva, toda a tristeza, todo o rancor, toda a alegria. Todos os sentimentos que alimentei por você.

Dobrei o papel em cuidadosos pedacinhos (lembra do curso de origami que fizemos juntos?). Transformei tudo aquilo em uma borboleta de papel branco.

Soprei-a da janela do 15º. andar, nesse dia chuvoso, como tantos em São Paulo.

Ela começou a cair, devagar. Como se meus sentimentos tivessem dado vida à borboleta! Ou teria sido o meu sopro?

Sei que vi o pequeno ser de papel adejar, batendo as brancas asas contra o fundo cinza.

E hoje, finalmente, nossa casa voltou a ser só minha.

Seu fantasma foi exorcizado nas asas frágeis de uma borboleta de papel branco.

20 de ago. de 2006

O Sábio de Osgoroth


(Olá a todos, desculpem o grande sumiço. Andei em entressafra de produção. Vamos ver se consigo retomar as coisas por aqui e em todos os outros lugares.)

O Grande Castelo onde vive o Sábio de Osgoroth fica em Esmeraldine, no centro de nossa galáxia. Poucos são os considerados dignos de apresentar-se no seu salão principal, onde o Sábio concede um pedido a cada pessoa. O caminho é longo, passando pelo Cinturão de Asteróides Amarelos, numa jornada cheia de perigos e confusões.

A primeira pessoa a conseguir foi Dorothée, uma Exilada do sistema solar. Foi mandada embora de seu planeta por ter possibilitado a Invasão Terceira; e desde então ficou como mercenária errante, buscando juntar dinheiro para a viagem até Esmeraldine.

Seu pedido foi simples, uma esquadra para poder tomar o controle de seu planeta natal. O Sábio mobilizou todas as naves dos arredores de Esmeraldine e atualmente, a jovem mercenária intitula-se Imperatrix Dorotea, tendo poder sobre todo o sistema solar.

A seguir, um bravo espécime de Leonídeo de Antares IV. Nasceu para governar seu mundo, mas perdeu um duelo para seu irmão. Desejou junto ao sábio que lhe fosse concedida uma segunda chance, em um novo duelo. Os contatos diplomáticos do Sábio agiram a contento, e Rei Liar III conseguiu voltar ao seu reino.

Anos depois, um monte de palha foi levado à presença do grande senhor de Osgoroth por uma jovem vegetalina. A palha era tudo o que restara de seu irmão, morto em uma epidemia. Por ironia, ele era o maior cientista de seu mundo, Vegetalis, e o único que poderia achar a solução para a doença. Seu pedido foi um dos mais complicados: queria a mente de seu irmão de volta. Os pesquisadores que trabalhavam em Esmeraldine fizeram um esforço conjunto, e a jovem saiu do planeta com a sabedoria de seu irmão.

Por muitos séculos, o Sábio foi deixado em paz, gerindo o seu mundo.

Até que um dia, sua paz foi interrompida. Um ser de lata avançou por seu salão. Os sensores óticos emanavam uma luz vermelha e mortiça. Sua voz eletrônica disse, em um som atonal, o seu desejo. Queria ter sentimentos.

O Sábio de Osgoroth riu, pela primeira vez em milênios. O robô, confuso, perguntou o motivo da risada.

Foi então que o Sábio revelou-se. Era um computador, programado para governar o mundo de Esmeraldine. Não poderia atender o pedido por ser incapaz ele mesmo de sentir emoções.

O robô aproximou-se e desligou o grande computador.

Agora, ele é o Sábio de Osgoroth.

12 de mar. de 2006

É oficial!

Meninos e Meninas,

Cris e Gab estão na Scarium 15, edição belissima, coordenada pela fantástica Giulia Moon.

Comprem djá!

20 de fev. de 2006

Suave é...

(Mais dos caçadores que serão parte da edição especial da http://www.scarium.com.br sobre vampiros. Outro mini, dessa vez relacionado à uma música do Capital Inicial, "Belos e Malditos". Faz parte de uma história maior, ainda incompleta. Presente de aniversário pra Camila, a dama da noite.:) )
Cris olhou para Gab. Mais uma noite em Nova Orléans, mais um bar. Dois meses percorrendo a cidade, quarteirão por quarteirão, buscando a resposta para o pedaço de pergaminho. As palavras em copta, “Preparar...ritual...sangue...imortal”, não faziam sentido. Ela era uma das mais competentes tradutoras dessa língua e chegara a um beco sem saída.

-Explica de novo porque procuramos os responsáveis pelo papiro nos bares?

Com um gesto impaciente, apagou o cigarro antes de responder.

-Tudo o que o bispo nos disse é que o PERGAMINHO foi encontrado nos bolsos de um bêbado, que teve uma síncope na frente de uma delegacia. O histórico dele na Polícia é de ser um ladrão barato de bares.

A explicação não satisfez o monge, que continuou com a cara fechada. Cris deu um muxoxo e entrou no bar. A atmosfera era pesada, olhos direcionados para os estranhos. Vestidos de negro, capas escondendo armas, como anjos belos, e ao mesmo tempo malditos.

A moça aproximou-se do balcão. Pediu uma coca, enquanto o seu acompanhante bebeu água. Em um quarto de hora, todos os freqüentadores do bar rodeavam os agentes da Igreja. Um deles falou, a face retorcida.

-Vocês não são bem-vindos aqui, caça-bruxas miseráveis.

Sem interromper-se, Cris apenas o olhou. Terminou a cerveja, limpou a boca.

-Você está enganado, cara. Não somos caça-bruxas.

Uma gargalhada rouca ecoou.

-Eu vivo fugindo de gente da sua laia há séculos, idiota...Acha que pode me enganar?

Um gesto ágil, a mulher sacou uma arma. Atirou antes que qualquer um pudesse fazer algo.

-Eu caço vampiros, seu imbecil. – o corpo do seu interlocutor estava no chão, uma estaca fina de madeira atravessada no seu coração. – E você pode estar fugindo há séculos, mas não conhecia esse lança-estacas de bolso.

Todos no bar transfiguraram-se. Alguns eram chupadores de sangues. Outros, ela não conseguiu identificar. Talvez algum inocente estivesse perdido ali. Nenhum dos dois caçadores importou-se com isso. Gab usou sua espada para decepar dois, e com rituais mágicos explodiu mais três. Cris mirou sua arma com precisão.

Em pouco tempo, só restavam eles e o barman. Este não se movera durante a briga. Gab falou.

-E você?

-Sou apenas o barman.

-Conhece isso aqui?

Mostrou o pergaminho. Ele assentiu.

-Sim, conheço. O dono é um feiticeiro vodu que costumava aparecer por aqui, mas sumiu. Este é o endereço dele. – anotou em um guardanapo.

Na porta do bar, Cris tirou uma granada explosiva e arremessou para dentro do ambiente.

-Cris...eles podiam ser inocentes...

-Não são. Foram feitos apenas para sentir prazer.

-Será que não podíamos ao menos poupar o barman?

-Sem testemunhas, Gab. Você sabe disso. O fogo purifica...

-Mas isso é mal.

-Às vezes, algum bem sai do mal. Bem-vindo ao lado escuro do Paraíso.

E seguiram até o carro, iluminados pelas chamas do bar. Anjos da Igreja, caçadores de vampiros, feitos de carne e pecados a serem expiados pela missão sagrada.

O mal que vem da vontade de fazer o bem.

15 de fev. de 2006

O vermelho do teu sangue...


Texto curto, um mini, que entra aqui para comemorar. Cris e Gab, meus caça-vampiros, estarão no número 15 da revista Scarium, especial sobre os chupadores de sangue. :D Esse texto foi feito como parte do concurso de Mini Visuais da Fábrica de Sonhos, sobre a figura desse post. Semana que vem, posto mais um mini dos dois. Obrigada aos meus leitores e fãs.:)

O vermelho do teu sangue...


- Duvido.

- Cris, não enche.

- Nem tenta desconversar. Eu duvidooooo.

- Como você acha que é possível uma tocaia se você não se cala?

- Olha só, estamos aqui há duas semanas e nada acontece. Não tem vampiros naquele bar. Ponto. Como eu dizia, duvido que você não tenha pensado pelo menos uma única vez em largar isso tudo. Desistir de ser um monge caçador de vampiros, voltar pro Brasil, casar e ter um monte de filhos chatos como você.

- Uma única vez.

- Conta. Vou até me ajeitar melhor.

- Quando éramos recém-chegados ao Vaticano, você foi levada para o treinamento básico e eu para o de campo. O pároco de uma aldeia, na fronteira da Itália com a França, estava suspeitando de um culto vampírico. Nada de muito sério ou científico. Apenas alguns indíciosmeio furados. Pedras manchadas de sangue em clareiras. O monge que me treinava pensava ser apenas coincidência e para me acostumar às vigílias, mandou que eu passasse a noite em uma das clareiras.

- Quem era?

- Frei Marc Dalamano, você não o conheceu. Bom, morrendo de medo eu obedeci. Fiquei na clareira, esperando quase até o amanhecer. Foi quando tudo aconteceu... Eles chegaram, carregando uma moça desmaiada, vestida de vermelho...

- Eles quem?

- Até hoje, não sei. Deixaram-na no meio da clareira, ainda desacordada... sobre cada uma das pedras ao redor, um cálice de um líquido vermelho...

- Que provavelmente não era vinho.

- Quem está contando a história? Obrigado. Bem, depois de um tempo, algo estranho aconteceu.

- Jura?

- Cris...

- Tá, desculpa.

- A moça acordou, parecendo desnorteada. Seus olhos eram azuis, como...ah, como uma imagem batida dessas que você conhece melhor do que eu. Tão pequena, tão frágil, tão doce... Naquele instante, eu desisti de tudo. Por ela.

- Ah, que mei... desculpa.

- Bom, fui até a clareira. Ao me ver, a menina abriu um lindo sorriso. E me pegou pelas mãos, começando a dançar comigo. Giramos alegres sobre a luz da lua, como duas crianças... até que eu ouvi um tiro. Frei Dalamano estava com a arma especial, com balas benzidas. Um buraco minava sangue bem no meio da testa dela. Vermelho, tão vermelho... Comecei a gritar com o meu mestre, que não respondeu. Só apontou para chão ao meu redor. Os cálices haviam quebrado, sem que nada os tocasse. E o sangue espalhou-se, formando símbolos que mais tarde eu soube que estavam preparando um portal para trazer mais criaturas malignas às custas da minha alma. O pároco era o líder do culto, como meu mestre havia descoberto. E a doce menina por quem quis abandonar tudo...

- Era uma súcubo...

- Exato.

Silêncio.

- Gab, você está chorando?

- Não, é a umidade do ar... veja, está amanhecendo. Vamos voltar para o hotel.

29 de jan. de 2006

A camponesa e o cavaleiro

O Amor é uma causa perdida.

E Ana sabia disso. Não procurava mais. Nas planícies do reino de Netius, ela havia desistido e passara a viver simplesmente. Camponesa, com o tipo físico característico. Era um pouco mais do que as moças ao seu redor, porque estudar as Artes de Cura. Não chegava a ser uma bruxa, mas possuia algumas poucas habilidades. Virara a curandeira de seu lugar.

Foi por isso que a chamaram ao encontrar o jovem cavaleiro caído na floresta. Apesar de ferido, não deixou que visse o seu rosto.

- Melhor não... para nós dois.

Relutante, concordou. Ele ficou com o elmo até ser levado a uma das cabanas, onde na penumbra sentiu-se confortável para o retirar. Ana não conseguiu sequer adivinhar os contornos de sua face, mas pouco importava. Tratou da perna quebrada e das escoriações nos braços e abdomen. Cantava baixinho, até o estranho elogiar sua voz. Encabulada parou.

- Não pare, por favor.

Recolhendo suas coisas, apenas murmurou.

- Já terminei. Preciso cuidar do resto dos meus afazeres.

- E o seu nome?

Na porta, saindo na penumbra, ela apenas respondeu em um sussurro.

- Ana.

Os dias transcorreram em uma nova rotina. Boa parte do tempo, a camponesa passava com o estranho. A perna causava preocupação, já que a queda do cavalo fora em alta velocidade. A intimidade surgiu entre ambos. O rapaz disse chamar-se Onaimar, filho de nobres pouco importantes de uma terra próxima. Sem esperanças de melhorar de vida, decidira-se tornar um cavaleiro andante, enfrentando perigos e torneios.

Sua alma não era de um guerreiro. Foi o que a moça descobriu, ao conversar seguidamente com ele. Era um poeta, alguém gentil e sensível. Passaram tardes inteiras apenas para discorrer sobre as mudanças de tempo e sua influência na poesia. Pois a magia era feita em versos, e Ana, apesar de não ser muito versada, gostava. Conseguia acompanhar as exposições, em pouco tempo, debatia as proposições de seu companheiro.

Ele acabara revelando o rosto, sereno, feições tranquilas. O cavaleiro já não estava ferido, mas permanecia por ali. Ana retomou as demais atividades, porém à noite ia servir o jantar ao seu convidado. E continuavam a conversar. Já não imaginavam uma vida sem o outro.

Uma coisa intrigava Ana. Desde que se recuperara, o jovem todos os dias enviava uma mensagem, que era respondida logo.

Um dia, ele explicou.

- É assim que a vida de um cavaleiro funciona, minha querida. Preciso saber dos torneios e dos passos. Aliás, semana que vem terá um perto daqui. Terei que ir, pois faz tempo que não participo. Prometo que volto, assim que tiver ganho.

Simplesmente sorriu. Mesmo tendo ouvido histórias similares, sabendo que dificilmente ele retornaria, acreditou.

Semanas passaram-se... Sequer notícias de Onaimar, e ela estava pensando em ir até a cidade onde fora o passo. Um mercador, passando pela aldeia, quebrara o braço. Em pagamento pela cura, iria conduzi-la.

Não foi necessario. Ao fazer o curativo, explicara que ia procurar um rapaz que combatera no torneio. O comerciante, na inocência que o não saber traz, comentou animado.

- Sim, o torneio. Um jovem cavaleiro destacou-se. Filho de um baronete qualquer, com um porte de armas fabuloso. Que justas! A senhorita precisava ver... e a jovem princesa ficou absolutamente encantada. Os olhos verdes dela brilhavam como esmeraldas. Fez questão de recompensar o vencedor.

O coração dela parecia ter ido para outro lugar, fugindo do peito. Sem notar, ele prosseguiu.

- Tanto fez, mas tanto tentou que o rapaz casou com ela. Quer dizer, ele não relutou muito. A príncipio, disse ter alguém em seu coração, essas baboseiras. Mas como resistir a uma princesa? Puxa, quase uma deusa...loura, alta, olhos verdes, porte nobre, belas roupas. Fizeram um belo par, sabe? O futuro casal governante do reino. Rei Onaimar e Rainha Gia.

O sorriso não morreu. Ela recusou o oferecimento da condução alegando ter doentes a cuidar.

Olhou a carroça afastar-se.

O Amor era uma causa perdida. Ana sabia disso. Como podia querer competir com uma princesa, imagem dos deuses? Ela? Camponesa, mãos grandes, pele curtida ao sol. Cabelos de um louro baço, sujo, de ficar ao tempo. Corpo de quem precisava aguentar o trabalho de muitos dias, sólido, compacto, largo.

Como o culpar por ter escolhido uma silfide, esguia, cabelos como a luz do sol, olhos de esmeraldas, porte e figura de rainha-governante?

Por mais que amasse as causas perdidas, essa era demais mesmo para ela. Não chorou, como um soldado não chora ao deixar o campo de batalha. Entrou em sua cabana e voltou a viver do jeito que sempre vivera.

28 de jan. de 2006

As pequenas gotas de Júpiter (Mini Musical)

Base Estelar Luna 1 – Aposentos 1145 – KM
25 de Abril de 2125, 50o. Da Exploração

Julian,

Meu querido amigo…

Recebi sua última comunicação. Estou feliz por saber que decidiu casar-se com Alanna. Sinceramente. Acho que você tinha toda a razão. Ainda gosto...não, ainda amo você, como naquele dia em que nos despedimos na Base Estelar, quando finalmente confessei meus sentimentos e a minha vontade de ser sua mulher. Você disse que também gostava de mim, mas a distância entre a Terra e Júpiter impediria, que não deveriamos canalizar sentimentos em rótulos. Quando eu voltasse, veriamos.

E agora estou de volta à atmosfera artificial da Base, depois de ter ido às luas de Júpiter. Foi uma viagem longa, onde conheci minha alma. Onde eu vi o que tinha perdido.

Não poderia imaginar uma vida sem galinha frita nos imensos baldes que dividiamos nos sábados a tarde, na frente da holo-visão. Ou em que não existissem nossas conversas de cinco horas de holo-fone, quando você foi estudar Tecnologia Espacial, e aquele café com leite de soja na Cafeteria da sua universidade, o melhor latte que eu já tive...Em que não tivessemos dançado juntos pela primeira vez, no final dos Estudos Elementares.

Sem amor, orgulho...ou meu melhor amigo, sempre ao meu lado, mesmo sabendo que eu estava errada.

E ela existe. Não vale o esforço, mas existe.

Os ventos de Júpiter tiraram-me dos meus pés. Flutuei por longos minutos, dançando no dia difuso formado pela claridade de suas luas. Minha cabeça voltada para a Via Láctea, naveguei por detrás do Sol, vi as luzes que se apagavam. E você estava certo. O céu é superestimado.

Não, não acho que você seja um covarde, com tanto medo de voar que jamais se atreveria a pousar e depois decolar de novo. Você fez a escolha certa. Para que uns possam ir, outros precisam ficar no solo.

Ouvi durante toda a viagem o holo-disco com obras escolhidas de Mozart...lembrando de você. E vou responder as suas duas últimas perguntas.

Senti sua falta, lá fora, procurando por mim mesma... A sua ausência fez-me perceber o quanto eu estava sozinha... o quanto eu precisava de você.

Quinze anos. E ainda lembro do seu sorriso quando voltei do treinamento na Lua, dizendo que eu havia trocado as estações, agindo como o Verão, caminhando como a chuva... ouvindo como a Primavera e falando como Junho.

Dentro de uma semana, iremos partir para a Nuvem de Magalhães. Uma nova galáxia, onde eu poderei dançar de novo. Amo mover o corpo com a música, pois cada passo traz um pouco do que vivemos de volta para mim, do momento da primeira dança e do único beijo. Que carregarei comigo para outra galáxia comigo, junto com as gotas de Júpiter que trouxe como presente...e prova do meu amor.

Porém, agora tem a Alanna. E digo. Sejam felizes. Sempre que eu olhar na direção do Sol, pensarei em vocês.

Sempre sua,

Karmina.

21 de jan. de 2006

Brinde

Brindemos aos deuses do amor, que nos deixam loucos
E aos deuses da loucura, que nos conduzem ao amor.

Encharquemos nossas gargantas secas com as lágrimas dos que sofrem
E sequemos os restos de nossa libido solta com papéis de perdão.

Inutilizemos o mundo!

Brindemos, vamos, brindemos!

Tragamos ao mundo insano o amor, ao mundo amado a insanidade.

Enlouqueceremos quem ama.
Amaremos quem enlouquece.

Andem, brindemos!

Um copo de cerveja amarga, uma taça de vinho doce.
O travo azedo da desilusão, a euforia enjoativa da paixão.

Porque não brindam comigo?

Comemoremos!
Todos os que amam, sem esperança!
Todos os que esperam, sem amor!
Os loucos que amam. Os amores que enlouquecem.

Quebremos os vidros, vertamos os liquidos!

COMEMOREMOS!

Deixemos a bebida tirar nossos sentidos...

Para que possamos esquecer.
Definitivamente.
O amor que enlouquece.

2 de jan. de 2006

Resoluções de Ano Novo

1- Acabar de vez com o blog pessoal
2- Cuidar mais de mim
3- Ter mais contato com meus amigos
4- Ter mais disciplina de trabalho
5- Ouvir músicas que eu goste sempre
6- Jogar mais RPG
7- Atualizar o Canto de luar com mais frequencia
8- Não deixar as pequenas coisas me derrubarem. E nem as grandes e feias
9- Preparar tudo pra finalmente largar o ninho

10 - Ser feliz, e essa é a unica que não posso deixar de cumprir.