23 de abr. de 2005

O Senhor do Tempo

O Senhor do Tempo abriu as mãos. Os milênios escorreram como se fossem meros segundos. Galáxias surgiram, estrelas nasceram, planetas se formaram. Mas achou pouco.

O Senhor do Tempo soprou. E os milênios partiram-se em séculos. A Vida brotou: água, chuvas, vulcões e terremotos transformaram a sua obra anterior. Mesmo assim não ficou satisfeito.

O Senhor do Tempo abriu os olhos. Dos séculos, surgiram anos. Vieram as civilizações, grupos pequenos, pintores de paredes; viravam aglomerados informes de população, que construíam templos e obras gigantescos.

O Senhor do Tempo começou a se sentir satisfeito. E as civilizações começaram a se destruir, colocando toda a criação em risco. E Ele fechou os olhos.

Mas era tarde demais.