Ponteiros
“O ponteiro pequeno marca a hora. O grande, os minutos.”
A mãe repetira incansável por anos a fio, tentando ensinar a criança que todos diziam ser lenta demais para aprender.
E a cada vez que dizia, o estapeava. “Pra aprender mais rápido”.
Ele aprendeu. Apanhou. Sofreu. Foi humilhado.
Mas aprendeu.
Olhou o relógio no pulso da mãe.
Limpou o sangue que secara no mostrador.
O ponteiro pequeno no dois, o grande no doze. Parado, marcando duas da manhã, a hora em que a matara.
Arrancou o relógio, jogou-o no chão.
Descarregou as balas restantes no aparelho. Nunca mais olharia um relógio.
A mãe repetira incansável por anos a fio, tentando ensinar a criança que todos diziam ser lenta demais para aprender.
E a cada vez que dizia, o estapeava. “Pra aprender mais rápido”.
Ele aprendeu. Apanhou. Sofreu. Foi humilhado.
Mas aprendeu.
Olhou o relógio no pulso da mãe.
Limpou o sangue que secara no mostrador.
O ponteiro pequeno no dois, o grande no doze. Parado, marcando duas da manhã, a hora em que a matara.
Arrancou o relógio, jogou-o no chão.
Descarregou as balas restantes no aparelho. Nunca mais olharia um relógio.
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