21 de jan. de 2006

Brinde

Brindemos aos deuses do amor, que nos deixam loucos
E aos deuses da loucura, que nos conduzem ao amor.

Encharquemos nossas gargantas secas com as lágrimas dos que sofrem
E sequemos os restos de nossa libido solta com papéis de perdão.

Inutilizemos o mundo!

Brindemos, vamos, brindemos!

Tragamos ao mundo insano o amor, ao mundo amado a insanidade.

Enlouqueceremos quem ama.
Amaremos quem enlouquece.

Andem, brindemos!

Um copo de cerveja amarga, uma taça de vinho doce.
O travo azedo da desilusão, a euforia enjoativa da paixão.

Porque não brindam comigo?

Comemoremos!
Todos os que amam, sem esperança!
Todos os que esperam, sem amor!
Os loucos que amam. Os amores que enlouquecem.

Quebremos os vidros, vertamos os liquidos!

COMEMOREMOS!

Deixemos a bebida tirar nossos sentidos...

Para que possamos esquecer.
Definitivamente.
O amor que enlouquece.